domingo, 4 de outubro de 2009

linguagem de Sinais



Tenho em minha escola um aluno que utiliza aparelho auditivo, mas não escuta claramente, utiliza-se da leitura labial. Como esse aluno não é da minha turma, não tenho contato direto com ele. Falo com ele mais pausado para que ele possa ler meus lábios. Ele apresenta dificuldades na fala, e está iniciando no curso de libras.
Sabemos que não somos iguais. Assim, as diferenças existem e precisamos conviver com elas e aprender a respeitá-las. Como o processo de comunicação mais convencional é através da oralidade, onde o interlocutor troca informações através da fala, a comunicação com uma pessoa surda fica prejudicada.
A ferramenta utilizada, portanto, a língua de sinais, torna-se um meio para que, os surdos possam se comunicar, e para que nós, ouvintes, possamos interagir com eles. Porém, a grande maioria das pessoas não apresenta um domínio sobre essa língua.
Levando essas considerações para o espaço escolar, conseguimos nos deparar com a dificuldade que as pessoas surdas enfrentam. Como a sociedade é muito discriminadora, o que ocorre em muitos casos, é a criança ser discriminada pelos colegas, pela escola ou pela própria família, que não conseguem aceitar a deficiência.
Acredito que ser surdo é como ser um estrangeiro querendo se comunicar aqui no Brasil. A pessoa surda tem sua cultura, sua linguagem, com um vocabulário próprio, e eu como não conheço tais aspectos tenho que criar meios para poder me comunicar.
Por isso acredito na relevância dessa interdisciplina, pois o professor é preparado para atuar como uma criança normal, "a ouvinte", e acredito não estar preparada para atender as dificuldades, as inquietações de uma criança com essa cultura não conhecida até então por mim.
Para me comunicar com uma pessoa surda me sirvo das mímicas, pois não me sinto preparada para “dialogar” através da linguagem de sinais, pois conheço somente o alfabeto.
Acredito que a escola terá de adaptar-se a todas as crianças, ou melhor, a variedade humana. Não podemos continuar a defender que tem de ser a criança a adaptar-se às exigências escolares, mas sim, o contrário, a escola se apropriar das questões relevantes de seu meio social.

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