quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lingua Brasileira de Sinais

Sabemos que não somos iguais. Assim, as diferenças existem e precisamos conviver com elas e aprender a respeitá-las. Como o processo de comunicação mais convencional é através da oralidade, onde o interlocutor troca informações através da fala, a comunicação com uma pessoa surda fica prejudicada.
A ferramenta utilizada, portanto, a língua de sinais, torna-se um meio para que, os surdos possam se comunicar, e para que nós, ouvintes, possamos interagir com eles. Porém, a grande maioria das pessoas não apresenta um domínio sobre essa língua.
Levando essas considerações para o espaço escolar, conseguimos nos deparar com a dificuldade que as pessoas surdas enfrentam. Como a sociedade é muito discriminadora, o que ocorre em muitos casos, é a criança ser discriminada pelos colegas, pela escola ou pela própria família, que não conseguem aceitar a deficiência.
Acredito que ser surdo é como ser um estrangeiro querendo se comunicar aqui no Brasil. A pessoa surda tem sua cultura, sua linguagem, com um vocabulário próprio, e eu como não conheço tais aspectos tenho que criar meios para poder me comunicar.
Por isso acredito na relevância dessa interdisciplina, pois o professor é preparado para atuar como uma criança normal, "a ouvinte", e acredito não estar preparada para atender as dificuldades, as inquietações de uma criança com essa cultura não conhecida até então por mim.
Para me comunicar com uma pessoa surda me sirvo das mímicas, pois não me sinto preparada para “dialogar” através da linguagem de sinais, pois conheço somente o alfabeto.
Acredito que a escola terá de adaptar-se a todas as crianças, ou melhor, a variedade humana. Não podemos continuar a defender que tem de ser a criança a adaptar-se às exigências escolares, mas sim, o contrário, a escola se apropriar das questões relevantes de seu meio social.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Organização e Gestão do Ensino Fundamental

Gestão Democrática
Permitir que a democracia possa ser efetivamente exercida,é algo bastante difícil. Pois a democracia é um processo a ser desenvolvido ao longo dos tempos.
Uma escola que é gestada democraticamente descentraliza o poder, fazendo com que todos participem com o direito e o dever de decisão. Todos têm o direito ao voto e de ter a sua representação. Uma escola democrática garante a participação de todos, que toda a comunidade escolar participe ativamente. Para assegurar esse tipo de gestão enfrenta-se grandes desafios, envolvendo um número maior de pessoas na tomada de decisões e tornando-se mais legitimado.
Uma gestão democrática sofre desafios em relação à aceitação dos professores quanto à participação da comunidade na área pedagógica.
A democratização da gestão da educação, atua sempre como um reforço da cidadania, constituindo em fator de democratização da gestão como um todo. Para obter resultados muito dependemos da vontade política da administração, de ampliar os espaços de participação da comunidade na gestão da educação.
A constituição Federal de 1988 definiu através do artigo 206 uma serie de princípios com base nos quais será ministrado. É importante frisar que, ainda em termos de matéria constitucional, há outros princípios e definições que apontam para democratização da gestão do ensino.
Em relação a este tema, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (Lei N° 9.394/96) definiu em seu artigo 3°, entre outras coisas, que o ensino público será ministrado com base no princípio da gestão democrática, na forma definida pela própria LDB e pela legislação dos sistemas de ensino.
A LDB, ao definir os princípios da Gestão Democrática, foi extremamente econômica, acanhada. O seu artigo 14 estabelece:
“Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
· Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
· *Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.”

A LDB reforça a necessidade de a definição das normas da
gestão democrática ser objeto da ação dos sistemas de ensino.
educação A é um direito e um investimento na qualidade de vida de uma sociedade que está construindo e qualificando a sua democracia. A consciência e a prática democrática precisa ser exercida dentro da escola, a fim de que toda a sociedade possa saber colocar em prática sua cidadania de forma consciente, intervindo na realidade em que vivemos, e assim transforma-la.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Filosofia da Educação

Educação após Aeschwitz

Com influências da psicanálise, Teodoro Adorno analisa a educação a partir dos conceitos de barbárie e emancipação. Ele tem como preocupação fundamental à questão da barbárie. Adorno define a barbárie dizendo que a mesma existe em toda parte onde haja regressão à violência física primitiva sem que haja uma vinculação transparente com objetivos racionais na sociedade, onde exista, portanto, a identificação com erupção da violência física.
O papel da educação, tal como visto por Adorno, é impedir a volta da barbárie, isto é, o retorno do totalitarismo, do nazismo. Este retorno é uma possibilidade existente e é justamente por pensar assim que a preocupação de Adorno se centra na questão da barbárie. As condições histórico-sociais que integram o nazismo ainda existem e por isso é preciso impedir o seu ressurgimento. Se a possibilidade do retorno da barbárie existe, então a educação assume um papel importante no sentido de prevenir e impedir tal retorno. A preocupação de Adorno é em evitar a barbárie.

Assim como o autor, creio que para que a barbárie seja extinta é necessário que a educação e a cultura estejam andando juntas; no mundo de hoje, cabe a escola exercer o papel de educador contínuo, mostrando os prós e contras e , conseqüentemente, ensinando a evitar a disseminação da barbárie na sociedade.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fundamentos da Alfabetização

Relendo a síntese do livro Psicogênese da Língua Escrita, destaco algumas ideias relevantes. O conhecimento é algo que é acessível a todos. Mas ninguém nasce pronto. O conhecimento é construído por cada sujeito, e esta construção pode ser individual ou coletiva, pois aprendemos a partir de experiências e também com o convívio com o outro.
Quando trabalho com literatura, procuro sempre trazer algo ligado a vivência dos alunos, algo que eles possam dar a sua opinião, para que esta construção se torne mais significativa. Nós educadores, temos a responsabilidade de sermos os facilitadores deste significativo processo de construção, ou mesmo apenas dar caminhos para que nossos alunos possam organizar todo conhecimento, adquirido ao longo da vida de cada sujeito.
Nenhum sujeito parte do zero ao ingressar na escola de primeiro grau, nem sequer as de classe baixa, os desfavorecidos de sempre. Aos 6 anos, as crianças sabem muitas coisas sobre a escrita e resolvem sozinhas numerosos problemas para compreender as regras da representação escrita.
Os alunos não são folhas de papel em branco, no qual o professor escreve o que deseja ensinar. Todo sujeito trás consigo, através de suas vivências, uma grande e preciosa bagagem de conhecimentos.
Meus alunos (adultos) mesmo ainda não alfabetizados possuem um grande conhecimento, entre eles encontramos trabalhadores em várias profissões, relacionando o novo da escola, com o seu dia a dia.
Vou citar o exemplo de um dos meus alunos, que é pedreiro, sabe calcular a quantidade de tijolos a ser usada em uma parede, só obtendo as medidas da mesma. Outra aluna é costureira e também esta iniciando seu processo de alfabetização, usa as medidas, e faz suas anotações, se apropriando do conhecimento desta bagagem.

Tradicionalmente, conforme uma perspectiva pedagógica, o problema da aprendizagem da leitura e da escrita tem sido exposto como uma questão de métodos. A preocupação dos educadores tem voltado para a busca do “melhor” ou “ mais eficaz “ deles.

Há muito tempo, nós educadores, estamos tentando encontrar um método que possa ser o método perfeito para que possamos atender a todos nossos alunos. Mas como não há fórmula pronta para aquisição do conhecimento, devemos criar meios. O conhecimento é construído, assim cada aluno é um ser diferente, com experiências diferentes, que aprende diferente, então cada aluno tem seu tempo para construir e organizar sua aprendizagem.

domingo, 12 de dezembro de 2010

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

Relendo o texto de Maria Bernadete Castro, intitulado “ Planejamento em busca de caminhos”, retrocedi ao tempo de início na carreia do magistério.
Também, como a autora coloca, me preocupava em planejar para ter registrado aquilo que faria em aula, destacando bem mais à parte destinada ao desenvolvimento de atividades e conteúdos, do que propriamente a avaliação e considerações da aula em si.
Pode-se então denominar ensino integrado as alternativas de ações
pedagógicas que buscam criar condições e ambientes nos quais os alunos e
alunas se vejam motivadas para investigar, indagar e aprender. Segundo Santomé
(1996:67), trata-se de educar as cidadãs e cidadãos com um "ceticismo informado"
ou, o que é a mesma coisa, com capacidades para o pensamento crítico, como uma
das estratégias diante de uma sociedade e um mundo nos quais os
fundamentalismos e o pensamento dogmático tendem a predominar e a se colocar
como único parâmetro a ser perpetuado.
or fim, sugere-se que os planos de aula sejam instrumentos de trabalho,
garantindo vínculos com a proposta/projeto da instituição.
O diário de classe do professor também desempenha um papel importante
para o planejamento, pois este se faz e se refaz, dinamicamente, na prática.
Como defende Madalena Freire (1983:77):
O diário torna-se importante instrumento de reflexão constante da prática do professor.
Através dessa reflexão diária ele avalia e planeja sua prática. É também importante
documento, onde o vivido é registrado, com a colaboração dos alunos. Neste sentido,
educador e educando, juntos, repensam sua prática.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ao reler o texto, “Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e Aprendizagem” de Marta Kohl, tive a oportunidade de certificar que as hipóteses levantadas em minha prática pedagógica, estarem apoiadas em teorias fundamentadas.
Práticas de educação de jovens e adultos têm resultado, para seu sucesso, a necessidade de fortalecer a auto-estima e a construção da identidade dos sujeitos que dela participam. Atendendo a estas pessoas cuja experiência na educação regular foi negada ou frustrada por sucessivas reprovações e evasões, o processo de escolarização destes jovens e adultos de vê representar uma contribuição da dignidade e para a construção da cidadania crítica e participativa.

Os educandos da educação de jovens e adultos, segundo o texto, apresentam aspectos homogêneos e heterogêneos. De homogeneidade, porque agrega membros de “não crianças”, de excluídos da escola, e pertinentes a parcelas “populares” da população pouco escolarizadas e inseridas no mundo do trabalho em ocupações de baixa qualificação profissional e baixa remuneração. A heterogeneidade, no desenvolvimento de formas peculiares de construção de conhecimento e de aprendizagem, já que o funcionamento psicológico para os membros de um mesmo grupo se difere. Jovens e adultos de um mesmo grupo cultural, apresentam pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldades de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva. Entretanto, nesse mesmo grupo, há pessoas que não apresentam tais características.

Jovens e adultos procuram a escola inicialmente motivados pela expectativa de conseguir um emprego melhor, ou então são levados pelo desejo de elevação da auto-estima, e da melhoria de sua vida pessoal. Como por exemplo, ajudar os filhos em suas tarefas escolares. Entende-se que o maior motivo da procura da escola é a necessidade de fixação de sua identidade como ser humano e ser social.
A escola voltada para a educação de jovens e adultos, portanto, deve ser ao mesmo tempo um local de confronto de culturas e interação social.
Relacionando a educação de jovens e adultos com a educação de crianças, sinto muitas semelhanças, como a importancia do ludico na aprendizagem, pois como apontei em meu trabalho de conclusão de curso, uma aprendizagem de forma prazerosa torna-se mais segnificativa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Retomando a Interdisciplina de Psicologia e relendo alguns textos, refleti após a leitura de Fernando Becker, não podemos considerar que conhecimento não é algo que se adquire, e que, aprendizagem não é só armazenamento de informações. Como mostra Piaget o homem logo que nasce, não consegue emitir a mais simples operação de pensamento. Mostra ainda que o meio social, não consegue ensinar o recém nascido o mais elementar conhecimento. O sujeito humano é um projeto a ser construído.
Considero, que muitos de nós professores, trabalhamos com a expressão “Construção do Conhecimento” e usamos vários conceitos, mas não temos um embasamento teórico. Muitos professores consideram-se construtivista, por mudarem apenas a disposição espacial da sala de aula. Mas, para que uma mudança ocorra na prática, é necessário que o professor se aproprie da proposta e compreenda o que ela significa. Podemos dizer que atualmente ao finalizar nosso trabalho de conclusão do curso de pedagogia estamos apropriados dessas teorias para fazermos a diferença em nossas salas de aula.